Essa é minha história. Não importa para mim se irá ou não acreditar nela. Também não me importo com qualquer outra coisa. Peço-lhe, apenas leia.

Vinte e sete.

   Liguei imediatamente para Enkil, e lhe contei o acontecido. Ao contrário do que eu pensara, ele não se mostrou nervoso e muito menos apreensivo. Pelo contrário, pediu que eu não me preocupasse.
   - Como não me preocupar? Sabe, você não é exatamente o que chamamos de "amigo bom exemplo".
   - Já lhe disse, meu querido, se acalme. Posso tranquilamente ir a este jantar. Prometeu confiar em mim.
   Nada do que ele disse me despreocupou. Porém, vendo que eu já não havia mais argumentos para tentar contradize-lo, desisti. Desliguei o telefone e me sentei na beirada da cama. Olhei para o relógio de pedra que há tanto tempo ganhara de Mario. Pouco mais de três horas da manhã.
   Escondi meu rosto em minhas mãos. Afinal, o que raios eu estava fazendo? Passando meu tempo com um homem que me revelava coisas que ninguém nunca ouvira falar. Não era possível que, em um mundo tão moderno, segredos como esse ainda passassem despercebidos por milhares de cientistas e médicos e curiosos. Era loucura demais.
   Não me lembro bem como, mas sei que pouco depois dormi, pensando ainda em como tudo aquilo era uma grande confusão. Tive sonhos inquietantes. Neles, estava em uma maca de hospital, sendo constantemente examinado, furado e cortado, com todos os tipos mais estranhos de ferramentas médicas. Pessoas usando roupas brancas me assistiam por detrás de uma grande vitrine. Acordei diversas vezes na noite, assustado sem saber direito com o quê.

Um comentário:

  1. Realmente, sua história é incrível, de tirar o folego. A narrativa é otima, os personagens são bons, tudo é in-crí-vel. Você deveria postar mais, é uma pena uma história tão boa demorar tanto para continuar

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