Essa é minha história. Não importa para mim se irá ou não acreditar nela. Também não me importo com qualquer outra coisa. Peço-lhe, apenas leia.

Dezessete. (Dedicado à Paula Cristhie)

   Enkil saiu da sala, sem nada dizer, seguindo de novo para o corredor. Voltou após alguns instantes, carregando uma pequena caixa de veludo negro. Depositou-a na mesinha central, e a abriu, revelando um pequeno athame, prateado, com o punho revestido de pedras verdes. Mas esse, ao contrário dos normalmente usados na Wicca, possuía os dois gumes afiados. Tive medo.
   - Esse vai ser nosso instrumento - explicou ele. - Para cada novo pupilo, um novo athame. Gosta dele?
   Fiz que sim com a cabeça.
   - Pois bem. Então usaremos ele. Antes de começar, gostaria de dizer que tenho todos os tipos de exames, recentes, logo ali, caso queira vê-los. Não tenho doenças.
   - E como sabe que eu não tenho nenhum tipo de doença? - perguntei.
   - Eu saberia se tivesse - e deu um de seus sorrisos misteriosos. Não quis saber o que aquilo significava, exatamente. Fiz sinal para que prosseguisse. - Você terá que passar por uma iniciação. Não é complicado. Não terá que fazer nada, a não ser confiar em mim. Certo?
   - Como vai ser isso? - admito, eu estava com medo. E quem não estaria?
   - Eu vou te perfurar, ainda não sei exatamente onde, para alcançar alguma veia digna de tal. Eu poderia te cortar, mas isso é desnecessário, causaria mais dor, demoraria mais a cicatrizar e poderia deixar marcas. E vou beber a quantidade necessária. A sensação, para você, vai ser praticamente a mesma que a anterior, com a diferença que agora já sabe como é. E, depois, você irá beber do meu. Perguntas?
   - E se eu não gostar de beber?
   Ele deu uma rápida gargalhada, sem alegria.
   - Acredite, você irá gostar.
   Indiquei novamente com a cabeça de que tinha entendido. Ele parecia pensar.
   - Onde acha que a dor será mais suportável para você? - perguntou.
   Dei de ombros. Não fazia ideia de que lugar doeria menos.
   - Gosto da sua forma de mostrar interesse agindo desinteressadamente. Enfim, eu aconselharia o pulso. A pele é fina, o que faz com que doa menos. Pode ser?
   Fiz que sim.
   Ele retirou o athame com cuidado da caixa, e fez um pequeno corte em sua mão, como que para testá-lo. Era realmente muito afiado. Olhou para mim, como quem espera. Dei-lhe o braço, sem nada dizer.

6 comentários:

  1. ansiosa para a próxima postagem

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  2. OMG!! preciso ler mais. A cada capítulo eu me sinto mais viciada =]

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  3. Ai meu deeeeus...q ansiedade! Esses capítulos são muito curtinhos!!!

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  4. Em breve, espero. Estou meio que sem tempo para escrever, espero que entenda. E obrigado pela ansiedade, rs.

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  5. realmente você escreve de um jeito que prende a gente na leitura ,e olha que sou exigente para histórias , leio muito '
    parabéns !

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