Essa é minha história. Não importa para mim se irá ou não acreditar nela. Também não me importo com qualquer outra coisa. Peço-lhe, apenas leia.

Nove.

   - Comece - eu disse.
   Ele não respondeu, parecia satisfeito em apenas me olhar. Tirou os óculos, revelando seus olhos claríssimos, e observou o local - parecia aprovar. E eu estava satisfeito em apenas estar com ele. Relembrava tudo que eu havia sentido, tudo que havíamos passado. E aguardava.
   - Pode me chamar de Enkil - disse, finalmente. Então reconheci seu sotaque: francês. Sim, belo sotaque francês.
   - Você sabe que a última coisa em que estou interessado é seu nome. Me diga o que fez comigo.
   - Acalme-se, meu jovem, não seja tão afobado. Vou lhe explicar tudo, dê-me apenas tempo. Posso não apenas lhe dizer o que fiz, mas também posso lhe contar a história sobre mim e meus irmãos, posso lhe ensinar a fazer o que fiz, posso lhe mostrar coisas belas, de um jeito que nunca viu. Basta você me aceitar.
   É fato que eu não sabia o que dizer ou fazer. Estava muito, muito curioso, porém ao mesmo tempo descrente. O que ele dizia soava, para mim, irresistível, mas ao mesmo tempo parecia um discurso de pastor religioso de televisão, me dizendo para aceitar Deus.
   - O que terei que fazer para aceitá-lo? - perguntei, em fim.
   - Vai ter que conviver comigo, confiar em mim e acreditar em mim. Vai ter que me ser fiel, guardar meus segredos e fazer o que lhe peço.
   - E o que vai me pedir?
   - Basicamente, seu sangue - e deu-me um sorriso bondoso.
   Certo, qualquer outra pessoa sentiria muito medo - menos eu. Eu sabia o que aquilo significava, e a última coisa que sentia era medo. Aquilo me excitava. Sim, sentir tudo aquilo de novo...
   - Me dê tempo para pensar - pedi.
   Ele pareceu se decepcionar por um momento, apenas um pequeno instante - na verdade, agora, ao lembrar disso, tenho minhas dúvidas de que ele tenha demonstrado algo.
   - Como quiser, Rafael, como quiser.
   Se levantou, mostrando o desejo de ir embora; levei-o até a saída, me despedindo com um breve aperto de mão.

11 comentários:

  1. Me apaixonei por sua historia,posso Chama-lo de Lestat,ao ives de Rafael?
    Sua historia me lembrou a serie de livros de Anne Rice,''Cronicas Vampirescas"

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  2. Se eu te conhecesse, acreditaria que andou roubando meus manuscritos, rs. Na verdade, como verá mais para frente na história, é esse apelido que adoto - Lestat. E realmente, não há como deixar de lembrar de Anne Rice, apesar de, lógico, eu não chegar aos pontos finais dos livros dela, rs.

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  3. Como disse, você escreve bem; estou seguindo, e espero ansiosa por mais.

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  4. você tem um talento incrivel com as palavras. Estou anciosa pela "dez", é um vicio qanto mais vc le, mais se interesa. Aguardarei a proxima parte, beiijos

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  5. Parabens, Maninho...rs...
    Tá muito muito bom...
    Tu tá cada vez mais se superando...

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  6. Lelio *-* você sabe quem eu sou. Está se descrevendo absolutamente bem.

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  7. Voce se apaixonu por um vampiro?

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  8. Não, não me apaixonei por um vampiro - como já disse aqui e volto a dizer, vampiros não existem. E não, não sou gay, haha.

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